A pressão para o retorno às aulas presenciais

Desde ano passado existe um grande movimento que pede o retorno das aulas presenciais na educação básica. Mas não existe meios de fazer esse retorno com a pandemia descontrolada. A culpa não é de professoras e professores, é do governo (principalmente o federal) que não fez esforços para diminuir os números de contágio e de mortes, muito pelo contrário. Vou colocar aqui alguns dos argumentos a favor das aulas presenciais.

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Não é só trancar o semestre: por que não fazer o EAD não é uma escolha

Minha rotina de quarentena: acordar, tomar café, ver notícias horríveis, ler um texto, ver o post diário sobre o EAD no grupo da Unicamp.

A Unicamp suspendeu as atividades presenciais no dia 13 de março. Foi pioneira, inclusive a princípio foi criticada pelos reitores da USP e da Unesp, que na semana seguinte acabaram suspendendo também. Foi uma decisão acertada, mas logo veio a determinação de que o semestre continuaria com aulas online…

Então o movimento estudantil começou a fazer consultas para ver o que estudantes estavam achando disso. Logo centros acadêmicos começaram a se posicionar contra a continuidade do semestre com atividades online. A APG-IA escreveu uma carta aberta sobre a pandemia e porque o EAD feito às pressas na Unicamp nem deveria ser chamado de EAD, depois a APG Central também se posicionou pela suspensão das atividades online. Também acho interessante colocar aqui a carta de centros acadêmicos de psicologia do país inteiro falando sobre os efeitos da continuidade das aulas na saúde mental de estudantes, a carta do Fórum das Seis (associações docentes da Unicamp, USP e Unesp junto com sindicatos de funcionárias/os) e a carta do Conselho de Representantes de Unidade (os Centros Acadêmicos) da Unicamp. Não vou falar nesse post sobre os argumentos a favor da suspensão das aulas porque isso já foi feito exaustivamente em todos esses links que coloquei.


Quem fez essa imagem foi a Cla maravilhosa, vá ver as artes dela

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Patriotismo não é usar as cores da bandeira


Não sei a autoria.

Patriotismo não é usar as cores da bandeira. Não é possível amar a pátria sem amar as pessoas que nela habitam. A pátria não é um símbolo, é o conjunto de tudo que há nela. Nossas terras, nossa cultura e, principalmente, nossas pessoas.

Você não pode se dizer patriota e querer que certos grupos de pessoas sejam expulsos, agredidos, mortos. Amar a pátria é pensar no bem de seu povo. Não faz sentido dizer que ama a pátria e querer votar em um candidato que incita a violência, que diz que vai prender ou mandar embora do país. Você deveria votar em alguém que acredita que vai ser melhor, não votar em alguém que acredita que vai ser pior para algumas pessoas. O voto não deveria ser motivado pelo ódio.


Monero Rapê. Essa charge doeu no coração.

Também não dá pra dizer que é “de bem” e apoiar torturador. Pessoas de bem não fazem isso. Também é incoerente dizer que é a favor da familia e ignorar que existem vários tipos diferentes de família, não um só modelo. Ou defender o porte de armas, para aumentar os riscos que nossas crianças correm nas escolas, na rua e dentro da própria casa, com os acidentes domésticos.

Amar a pátria é incluir, não excluir. Não podemos deixar que esses falsos patriotas nos deixem com aversão ou medo de nossas cores. Não podemos deixar que vença a narrativa de que eles e somente eles é que se importam com o país. O verde e amarelo é de todos nós, não de um ou outro candidato, não de um ou outro movimento político. Nós lutamos pela pátria. Para não entregar nosso país ao ódio. Vamos lembrar daquele slogan – Brasil: um país de todos.


Colorido é que é bonito.


O amor vence o ódio

Vivemos em tempos difíceis. São tempos em que o ódio está solto nas ruas. As pessoas não têm vergonha de falar as coisas mais horríveis na internet. Não têm medo de agredir e até matar quem pensa diferente. Políticos homenageiam torturadores, ameaçam prender ou expulsar pessoas e nada acontece. Parentes, pessoas queridas, que não queremos acreditar que são pessoas horríveis, permanecem indiferentes e viram o rosto diante de nosso medo.

As pessoas estão com medo. Alguns zombam dizendo que agimos como se a violência não existisse antes, porém falta empatia para entender que, sim, crimes de ódio já ocorriam (e já lutávamos contra eles), porém agora eles têm motivação política, os criminosos bradam o nome de seu herói, um político que, ao incitar a violência e dizer que não controla seus eleitores, legitima os crimes que estão acontecendo.

São tempos difíceis. Tememos por nós. A falta dos que se foram dói. E é nesses tempos que mais precisamos de união. Precisamos ficar juntas e juntos. É por nossa segurança, física e mental. Fiquemos perto das pessoas que nos querem bem, cuidemo-nos. Perguntem às pessoas que você conhece se elas estão bem, se precisam de ajuda, se querem desabafar. Encontrem-se para tomar um suco, um café, umas cervejas. Vão juntas/os em atos e mobilizações, pois ver pessoas juntas lutando pelo que acreditam traz esperança, de que tanto precisamos. E acreditem que o amor vencerá o ódio. Aquilo que destruírem, reconstruiremos. Haja o que houver, nos dias mais escuros, precisamos acreditar nisso. Lutemos com amor, pois o amor vence o ódio.

Marielle presente. Anderson Gomes presente. Mestre Moa presente. Laysa presente.


O bizarro caso do rapaz que pegava vídeos de pessoas tocando e dizia que era ele

Nos últimos dias o assunto do twitter tem sido plágio, pois vários casos foram descobertos e denunciados. (que coisa feia, hein?) Vou falar aqui sobre um caso relacionado a música, que foi o que mais achei bizarro. Roubar texto, roubar desenho, isso tudo a gente já viu acontecer bastante. Mas roubar vídeo de piano?!???!???!


screenshot retirada do vídeo do Eric

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2017 chegou!

Oi, pessoal! Fiquei um tempo (um longo tempo) sem postar aqui no blog porque tive um esgotamento muito grande no final do ano. Precisei parar um pouco o que estava fazendo e respirar pra arejar as ideias e criar forças pra continuar lutando – porque luta é o que não vai faltar neste ano.

nenhumaamenos
Isis ♥

Não consigo nem falar “feliz 2017” porque na minha cidade, Campinas, o ano começou com um feminicídio. Como vocês devem ter visto, um homem matou ex-mulher, filho, cunhado e mais outra nove mulheres. É horrível começar o ano com um crime de ódio desses.

Além disso, a passagem de ônibus subiu e agora Campinas tem a segunda tarifa mais cara do país, 4,50. Por conta disso tivemos três atos na semana passada, um feminista (que foi maravilhoso) e dois contra o aumento da passagem. O segundo ato, que foi chamado pelo DCE da Unicamp, gestão Lutar Sem Temer, chapa que eu apoiei e pela qual fiz campanha, foi um fiasco vergonhoso pois houve atrito com anarquistas desde o começo e os membros do DCE (e do PSOL) em dado momento por causa de uma discordância quanto ao percurso viraram as costas e se retiraram do ato, abandonando a gente. Eu e a Isis ficamos um tempão levando a faixa do DCE na frente do ato sem saber que o DCE tinha virado as costas e nos largado lá. No final do ato na prefeitura uma moça levou spray de pimenta na cara de graça apenas por estar na rua e não tinha ninguém que chamou o ato pra ver isso. Mas isso ninguém fala. Então também comecei o ano decepcionada e envergonhada com as pessoas que achei que fossem minhas companheiras. (tem um textão melhor explicado naquela outra rede social)

Como desgraça pouca é bobagem, a Orquestra Sinfônica de São José dos Campos foi extinta (vai ter textão) e a UERJ corre o risco de fechar as portas.

Esse post devia se chamar COLETÂNEA DE NOTÍCIAS HORRIVEIS DE 2017 E AINDA É SÓ DIA 10/01 (11 agora, acabou de dar meia noite). Um dos motivos pelos quais eu tava desmotivada de escrever é que parece que só tem coisa ruim pra noticiar. Mas a verdade é que a gente tá numa época em que coisas ruins acontecem, a educação, a cultura e a classe trabalhadora sofrem ataques diários e não dá pra virar o rosto e ignorar. Também não dá pra falar que “tá tendo mobilização então tá tudo lindo”.

Ah, pra não dizer que só tem notícia ruim, eu me formei :) Mas me inscrevi como estudante especial na pós-graduação e vou continuar acompanhando de perto a situação na Unicamp porque acho importante lutar para que continue tendo universidade pública de qualidade para quem vier depois de mim e quero também que tenha pós gratuita pra mim pfv né. Inclusive o ano já vai começar tenso na Unicamp porque a previsão é que o dinheiro pra pagar os salários se esgote em fevereiro.

Até o próximo textão!


Precisamos falar sobre esse papo de “grevistas são vagabundos”

Este post é a adaptação de um textão de desabafo que fiz na outra rede social (conhecida como facebook) após ao longo de 3 meses de greve ler aproximadamente 2376 comentários chamando grevistas de “vagabundos que não querem ter aula” (daí pra baixo).

guilherme4

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