Um espectro ronda a esquerda: Junho de 2013

Este é um artigo que escrevi para a edição nº 3 da revista Terra Sem Amos. E terei sempre um carinho muito especial por ele porque foi meu primeiro artigo publicado em revista! ♥

Junho de 2013 é um assunto que me interessa muito, principalmente pelas disputas de narrativa em torno das manifestações (o que é justamente o primeiro capítulo do artigo) e por ter sido o meu primeiro contato com política na rua. Será que eu fui manipulada pela direita e é nossa culpa Bolsonaro ter sido eleito e tudo de ruim que aconteceu desde então? Ou será que o movimento começou legitimamente popular e foi cooptado porque faltou à esquerda institucional a habilidade para lidar com ele?

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A música na educação básica: caminhos tortuosos, reflexões e resistências (existências)

Oie! Começando o projeto de colocar todas as minhas publicações aqui no blog, vou começar pelas mais recentes. Este é um artigo que escrevi para o II Jornada Fladem e Fórum Latino-americano de Música na Educação Básica do FLADEM Brasil. Para a minha maior surpresa, gostaram tanto do meu artigo que me chamaram para apresentá-lo no formato de mesa! Foi uma viagem muito emocionante (o evento foi em João Pessoa) e fiquei muito feliz.

A música na educação básica: caminhos tortuosos, reflexões e resistências (existências)

Resumo: Este artigo buscou fazer a partir de pesquisa bibliográfica um levantamento histórico do ensino de música no Brasil, desde o período de colonização, passando pela criação do primeiro conservatório, chegando até o ensino nas escolas, específico ou polivalente. Depois da apresentação histórica, faz reflexões sobre o panorama político-educacional atual e a importância de persistir e resistir na arte-educação dentro de uma concepção de educação
libertadora.
Palavras-chave: educação básica; história do ensino de música; políticas educacionais.

Baixe em pdf.

Para citar:

KAWAGUCHI CESAR, Patricia. A música na educação básica: caminhos tortuosos, reflexões e resistências (existências). In: II Jornada Fladem Brasil, 2019, João Pessoa. Anais… João Pessoa, IFPB, 2019.


Construindo a resistência – com André Singer, Vladimir Safatle e Marilena Chauí

Oiê. Vocês conhecem a editora Boitempo? Ela tem vários livros ótimos, acabei de descobrir que tem desconto para professoras/es (!!!) e, infelizmente, sofreu ameaças por parte de um eleitor daquele candidato.

Mas falando de coisas boas, além do desconto, outra coisa que eu não sabia é que ela tem um canal no Youtube, em que disponibiliza palestras. Por exemplo, tem uma gravação da palestra/debate que aconteceu na última semana na FFLCH (USP) com André Singer, Vladimir Safatle e Marilena Chauí. É um bom vídeo para assistir neste pós-eleições.

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Patriotismo não é usar as cores da bandeira


Não sei a autoria.

Patriotismo não é usar as cores da bandeira. Não é possível amar a pátria sem amar as pessoas que nela habitam. A pátria não é um símbolo, é o conjunto de tudo que há nela. Nossas terras, nossa cultura e, principalmente, nossas pessoas.

Você não pode se dizer patriota e querer que certos grupos de pessoas sejam expulsos, agredidos, mortos. Amar a pátria é pensar no bem de seu povo. Não faz sentido dizer que ama a pátria e querer votar em um candidato que incita a violência, que diz que vai prender ou mandar embora do país. Você deveria votar em alguém que acredita que vai ser melhor, não votar em alguém que acredita que vai ser pior para algumas pessoas. O voto não deveria ser motivado pelo ódio.


Monero Rapê. Essa charge doeu no coração.

Também não dá pra dizer que é “de bem” e apoiar torturador. Pessoas de bem não fazem isso. Também é incoerente dizer que é a favor da familia e ignorar que existem vários tipos diferentes de família, não um só modelo. Ou defender o porte de armas, para aumentar os riscos que nossas crianças correm nas escolas, na rua e dentro da própria casa, com os acidentes domésticos.

Amar a pátria é incluir, não excluir. Não podemos deixar que esses falsos patriotas nos deixem com aversão ou medo de nossas cores. Não podemos deixar que vença a narrativa de que eles e somente eles é que se importam com o país. O verde e amarelo é de todos nós, não de um ou outro candidato, não de um ou outro movimento político. Nós lutamos pela pátria. Para não entregar nosso país ao ódio. Vamos lembrar daquele slogan – Brasil: um país de todos.


Colorido é que é bonito.


O amor vence o ódio

Vivemos em tempos difíceis. São tempos em que o ódio está solto nas ruas. As pessoas não têm vergonha de falar as coisas mais horríveis na internet. Não têm medo de agredir e até matar quem pensa diferente. Políticos homenageiam torturadores, ameaçam prender ou expulsar pessoas e nada acontece. Parentes, pessoas queridas, que não queremos acreditar que são pessoas horríveis, permanecem indiferentes e viram o rosto diante de nosso medo.

As pessoas estão com medo. Alguns zombam dizendo que agimos como se a violência não existisse antes, porém falta empatia para entender que, sim, crimes de ódio já ocorriam (e já lutávamos contra eles), porém agora eles têm motivação política, os criminosos bradam o nome de seu herói, um político que, ao incitar a violência e dizer que não controla seus eleitores, legitima os crimes que estão acontecendo.

São tempos difíceis. Tememos por nós. A falta dos que se foram dói. E é nesses tempos que mais precisamos de união. Precisamos ficar juntas e juntos. É por nossa segurança, física e mental. Fiquemos perto das pessoas que nos querem bem, cuidemo-nos. Perguntem às pessoas que você conhece se elas estão bem, se precisam de ajuda, se querem desabafar. Encontrem-se para tomar um suco, um café, umas cervejas. Vão juntas/os em atos e mobilizações, pois ver pessoas juntas lutando pelo que acreditam traz esperança, de que tanto precisamos. E acreditem que o amor vencerá o ódio. Aquilo que destruírem, reconstruiremos. Haja o que houver, nos dias mais escuros, precisamos acreditar nisso. Lutemos com amor, pois o amor vence o ódio.

Marielle presente. Anderson Gomes presente. Mestre Moa presente. Laysa presente.