A extinção da Banda Sinfônica de São Paulo

O post de hoje é (mais um) triste. Conforme anunciado no final do ano, a Banda Sinfônica de São Paulo de fato foi extinta. Além disso, a Jazz Sinfônica e a Orquestra do Theatro São Pedro terão 20 músicos demitidos em cada uma.

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Foto por Julian Lepick, retirada da página da Jazz Sinfônica no facebook

De acordo com nota do governo do Estado de São Paulo, a Banda Sinfônica poderá ser contratada pontualmente quando houver patrocínio externo para alguma apresentação. (imagina depender disso como forma de trabalho? não dá, né?)

Quem vê pode pensar que se ainda há 32 músicos na Orquestra, é um número grande o bastante. Mas não é suficiente para esse tipo de formação musical. Cada músico era importante para o conjunto. Mais informações sobre os cortes podem ser vistas nesta notícia escrita por João Luiz Sampaio.

Está acontecendo um desmonte generalizado nos setores artísticos e culturais. Mês passado houve a extinção da Orquestra e do Coro de São José dos Campos. São tempos difíceis. Deveriam ser tempos de luta. Precisamos lutar pela arte antes que não reste mais nada.


O fim da Orquestra Sinfônica e do Coro Jovem de São José dos Campos

Oi. O ano começou com (mais) uma notícia ruim no cenário da música erudita e da cultura e artes em geral. Na segunda-feira o prefeito de São José dos Campos, Felício Ramuth, anunciou em sua página no facebook a extinção da Orquestra Sinfônica de São José dos Campos. O Coro Jovem Sinfônico de São José dos Campos já havia sido extinto no fim de novembro. Subitamente todos os músicos envolvidos com essas duas formações se viram sem emprego. O Coro tinha cerca de 50 integrantes e a Orquestra, cerca de 37.

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foto do site da orquestra

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2017 chegou!

Oi, pessoal! Fiquei um tempo (um longo tempo) sem postar aqui no blog porque tive um esgotamento muito grande no final do ano. Precisei parar um pouco o que estava fazendo e respirar pra arejar as ideias e criar forças pra continuar lutando – porque luta é o que não vai faltar neste ano.

nenhumaamenos
Isis ♥

Não consigo nem falar “feliz 2017” porque na minha cidade, Campinas, o ano começou com um feminicídio. Como vocês devem ter visto, um homem matou ex-mulher, filho, cunhado e mais outra nove mulheres. É horrível começar o ano com um crime de ódio desses.

Além disso, a passagem de ônibus subiu e agora Campinas tem a segunda tarifa mais cara do país, 4,50. Por conta disso tivemos três atos na semana passada, um feminista (que foi maravilhoso) e dois contra o aumento da passagem. O segundo ato, que foi chamado pelo DCE da Unicamp, gestão Lutar Sem Temer, chapa que eu apoiei e pela qual fiz campanha, foi um fiasco vergonhoso pois houve atrito com anarquistas desde o começo e os membros do DCE (e do PSOL) em dado momento por causa de uma discordância quanto ao percurso viraram as costas e se retiraram do ato, abandonando a gente. Eu e a Isis ficamos um tempão levando a faixa do DCE na frente do ato sem saber que o DCE tinha virado as costas e nos largado lá. No final do ato na prefeitura uma moça levou spray de pimenta na cara de graça apenas por estar na rua e não tinha ninguém que chamou o ato pra ver isso. Mas isso ninguém fala. Então também comecei o ano decepcionada e envergonhada com as pessoas que achei que fossem minhas companheiras. (tem um textão melhor explicado naquela outra rede social)

Como desgraça pouca é bobagem, a Orquestra Sinfônica de São José dos Campos foi extinta (vai ter textão) e a UERJ corre o risco de fechar as portas.

Esse post devia se chamar COLETÂNEA DE NOTÍCIAS HORRIVEIS DE 2017 E AINDA É SÓ DIA 10/01 (11 agora, acabou de dar meia noite). Um dos motivos pelos quais eu tava desmotivada de escrever é que parece que só tem coisa ruim pra noticiar. Mas a verdade é que a gente tá numa época em que coisas ruins acontecem, a educação, a cultura e a classe trabalhadora sofrem ataques diários e não dá pra virar o rosto e ignorar. Também não dá pra falar que “tá tendo mobilização então tá tudo lindo”.

Ah, pra não dizer que só tem notícia ruim, eu me formei :) Mas me inscrevi como estudante especial na pós-graduação e vou continuar acompanhando de perto a situação na Unicamp porque acho importante lutar para que continue tendo universidade pública de qualidade para quem vier depois de mim e quero também que tenha pós gratuita pra mim pfv né. Inclusive o ano já vai começar tenso na Unicamp porque a previsão é que o dinheiro pra pagar os salários se esgote em fevereiro.

Até o próximo textão!


Os cortes no orçamento de 2017 na Unicamp/IA

CONSU aprova novos cortes no dia 13/12 e prevê mais para o início do ano que vem

Após a maior greve da história da Unicamp, que foi motivada entre outros fatores pela notícia de que haveria um corte de 40 milhões no orçamento, o cenário para o ano seguinte não é dos melhores. Vão acontecer cortes em diversas partes do orçamento. A princípio nenhum corte afetará “diretamente” estudantes, já que isso iria contra os acordos para o fim da greve/ocupação. É importante frisar o “diretamente”, pois isso quer dizer que não haverá corte nas bolsas e programas de permanência, mas na prática estudantes são afetados por todos os cortes e são afetados até quando docentes ficam putas/os porque os cortes afetarão a progressão de carreira.

Neste post vou falar um pouco sobre a previsão orçamentária para 2017 e, mais especificamente, como isso atinge o Instituto de Artes. Na quarta-feira nosso diretor, Hashimoto, fez uma reunião para explicar o orçamento para a comunidade do IA. Essa reunião com o intuito de ter uma transparência com relação ao orçamento foi uma promessa de greve. No entanto, é importante ressaltar que a mesma foi divulgada por e-mail para os alunos poucas horas antes de acontecer, na última semana letiva do semestre (a mais tumultuada), impossibilitando que estudantes participassem criticamente e de forma organizada, visto que muitos tinham compromissos acadêmicos e não puderam se planejar para comparecer à reunião. Devido a essa falha na divulgação, havia poucos docentes e funcionários. Eu pude estar presente, fiz anotações e espero conseguir compartilhar aqui um pouco do que foi apresentado.

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PERMANECE AÍ A DÚVIDA SOBRE OS SUPER SALÁRIOS

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29 de novembro: #OcupaBrasilia contra a PEC 55

No dia 29 de novembro aconteceu o primeiro turno da votação da PEC 55 (conhecida como PEC do Fim do Mundo ou PEC da Maldade, clique aqui para ver um vídeo sobre) no Senado. Caravanas de estudantes secundaristas e universitários do país inteiro se reuniram em Brasília para se somar a vários movimentos sociais e se manifestar contra a PEC. Eu fui com a caravana da Unicamp. (um agradecimento ao STU – Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp – mais uma vez ajudando na luta)

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Precisamos falar sobre esse papo de “grevistas são vagabundos”

Este post é a adaptação de um textão de desabafo que fiz na outra rede social (conhecida como facebook) após ao longo de 3 meses de greve ler aproximadamente 2376 comentários chamando grevistas de “vagabundos que não querem ter aula” (daí pra baixo).

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Carta de repúdio da Associação Brasileira de Educação Musical

Na última sexta-feira, dia 21, a Associação Brasileira de Educação Musical enviou uma carta de repúdio à infeliz declaração do senador Pedro Chaves dos Santos Filho, que disse que não existe formação acadêmica específica em música. (vai ver meus 5 anos de faculdade foram uma alucinação, né) Além disso, a ABEM repudia a reforma do ensino médio e o governo golpista de Michel Temer. A ABEM me representa e representa muito bem, obrigada.

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Imagem ilustrativa. Ocupações pelo país contra a PEC 241 e a MP 746/2016. Fonte: Mídia Ninja

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Por um Cotuca melhor

(O post está atrasadíssimo mas acho que nunca é tarde pra registrar, né?) Mês passado, no dia 15 de setembro, aconteceu um caso de homofobia por parte de um funcionário do Colégio Técnico de Campinas (Cotuca) e da orientadora do Serviço de Orientação Educacional (SOE). O funcionário encaminhou dois estudantes ao SOE por considerar que eles estavam demonstrando afeto de forma exagerada. De acordo com outros estudantes, havia casais heterossexuais se comportando de forma semelhante mas apenas o casal homossexual foi repreendido. A orientadora disse que entraria em contato com as famílias dos estudantes para relatar o que aconteceu. Esse caso causou uma grande comoção entre estudantes do Cotuca, pois o casal não é assumido e é do entendimento de todas e todos que o Colégio não deveria contar para suas famílias, pois assumir sua orientação sexual é uma decisão particular que não deve ser tomada por terceiros.

porumcotucamelhor

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