Mais empatia e menos meritocracia na universidade

Oi! Fiquei um bom tempo sem postar porque tive problemas com o notebook, tentei usar o adobe after effects pra editar um vídeo pro canal no youtube mas ele meio que DESTRUIU o note, ficou tudo zoado, enfim. Demorei pra conseguir resolver os problemas. (na verdade quem resolveu foi o Gald) Mas falando no youtube, vocês deveriam ver o vídeo dos meus gatos porque são gatos.

Agora que já passou o momento jabá, o post de hoje é uma reflexão minha sobre como tantas vezes temos pouca empatia pelos nossos colegas na universidade. Não vou nem falar pra olhar grupos no facebook porque, credo, aquilo ali é um horror, os grupos viraram um antro de tretas com muita gente que nem é da universidade indo postar bait pra gerar discórdia. Mas o “mundo real” não tá tão diferente do virtual.

meritocracia

A universidade reune pessoas de contextos e fases na vida muito diferentes, muito mais que as outras etapas escolares – como todo mundo tem a mesma faixa etária tende a estar mais próximo. Na universidade tem pessoas que acabaram de sair do ensino médio, pessoas que já têm famílias formadas, pessoas que já passaram por uma graduação e estão na segunda, pessoas que precisam trabalhar para se manter, pessoas com problemas de saúde e/ou psicológicos, enfim, é uma variedade muito grande.

E é evidente que algumas pessoas conseguem se dedicar aos estudos mais do que as outras. Alguém que mora com os pais na mesma cidade da universidade, não precisa pagar aluguel, tem comida pronta em casa (foi a minha situação na maior parte da graduação) obviamente consegue se dedicar mais do que alguém que precisa trabalhar para pagar as contas, sustentar uma criança e precisa ter toda a logística de cuidar da família e conciliar isso com o trabalho e com os estudos.

O ponto aqui não é falar apenas sobre quem tem família, mas acho que vale a pena dedicar um parágrafo à luta das mães estudantes para terem um mínimo de apoio da universidade. Muitas têm que enfrentar assédio e olhares tortos quando levam as crianças para a sala de aula. Tem faculdade que não permite a presença de crianças no local (?!??!), eu acho bizarro. Felizmente o Instituto de Artes é muito acolhedor com crianças e mães, vejo várias estudantes acompanhadas de filhas e filhos sem nenhum problema. Bom seria se todos fossem assim. E não vou nem falar dos comentários desagradáveis “devia ter planejado a hora de ficar grávida” e daí pra baixo que aparecem em qualquer tópico sobre o assunto. Mães também têm o direito de estudar. Pais também têm o direito de levar crianças para as aulas.

criancauniversidade

Voltando, eu sempre fui uma estudante muito competitiva, acostumada a tirar as melhores notas para suprir alguns outros pontos da minha vida. E durante uma fase da minha vida também acreditei na meritocracia, que quem não conseguia as coisas era por falta de esforço, que se lutar todo mundo consegue etc etc. Já achei que era injusto os professores darem um monte de chances para alguns alunos que “não se empenhavam” como eu. Hoje penso diferente. Consegui entender que nem todos têm as mesmas oportunidades na vida(clique para ver a tirinha famosa sobre isso) e que precisamos ter mais empatia pelo próximo.

Então, se você tem aquela amiga ou aquele amigo que têm dificuldade com uma matéria, que passa por problemas de saúde (física ou mental), que nem sempre consegue ir à aula… não se apresse em ficar julgando, em fazer fofoca no corredor, não ajude a isolar ainda mais essa pessoa. Se puder, ofereça ajuda, sente perto dela(e). Seja compreensiva(o). Entenda quando professoras e professores derem mais uma chance. Todo mundo só tem a ganhar com isso. A vida na universidade é mais do que notas e aprovações.

A empatia é uma ferramenta que precisa ser usada constantemente, senão enferruja. Acho que o maior problema dos dias de hoje é a falta de empatia nas pessoas. Elas se apressam em atacar quem pensa diferente. Parece que há uma guerra de pontos de vista em tudo, ninguém mais quer se escutar, tentar compreender, só falar e zombar de quem discorda. Isso é muito triste, muito negativo. Mas a mudança pode (tem que) começar por nós mesmos. Faça a sua parte. E lembre-se sempre:

bekind
Todo mundo que você encontra está lutando em uma batalha da qual você não sabe nada. Seja gentil. Sempre.

Até a próxima! ♥


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