Boa noite e, primeiramente, fora Temer. Então na última quinta-feira foi meu aniversário. Eu lembro bem da época em que tinha 17 anos porque foi muito marcante. Último ano do colegial (atual ensino médio), um mundo de possibilidades à minha frente, tinha começado a estudar piano. (é, eu comecei tarde) Mas acho que nunca imaginaria que hoje estaria onde estou (alguém imagina?). Tem algumas semelhanças com minha fase atual, depois de vários rodeios estou no último ano da graduação (será??????), ainda tem um mundo de possibilidades à minha frente mas também tem várias diferenças.
festa junina dos trabalhadores em frente à ocupação da reitoria
Acho que hoje em dia o que mais define minha vida é a luta. Já dizia Paulo Freire, “ser professor e não lutar é uma contradição pedagógica.” Eu não era assim; no passado eu já fui uma pessoa extremamente meritocrática e egoísta. Foram várias pessoas e acontecimentos que mudaram meu jeito de ser. O Instituto de Artes com certeza teve o seu papel nisso, rs. Mudei muito quando passei das exatas pras humanas, quando me descobri professora.
Uma coisa que ouvi na assembleia da FEA (Faculdade de Engenharia de Alimentos) que deliberou greve foi que essa é uma greve de empatia. Muitos dos alunos de lá não são afetados pelas pautas (os cortes, as cotas, a permanência) mas é preciso lutar pelo próximo. A empatia é uma força poderosa. Me identifiquei muito com essa fala, porque eu sou uma pessoa que teria tudo para NÃO estar lutando na greve mas estou lá todo dia das 7 às 22. Eu fui muito privilegiada, minha família sempre deu apoio para os meus estudos, para trocar de ciência da computação pra música, como meus pais moram em Campinas eu não precisei me preocupar com pagar uma casa, além dos privilégios naturais por ser cis, hetero, branca (amarela?). Mas eu quero lutar por um mundo melhor. Pelos meus colegas que precisam, pelos meus alunos da escola pública.
Sei lá, estou um pouco confusa pra onde o futuro vai me levar, mas acho que vai ser um bom lugar. =p Fiz aquele exercício de tentar imaginar onde estarei daqui a cinco anos e vamos ver se vai dar certo, hahaha. 2016 tá sendo um ano muito estranho em vários aspectos, tem um estranhamento muito grande, pessoas falando que os historiadores vão ter dificuldade de explicar, mas pelo menos eu poderei dizer pras minhas filhas que em 2016 (e nos anos seguintes!) eu lutei.
Até a próxima! ❤
eu em 2006
Noooooooossa.. que maaaassa… " trocar de ciência da computação pra música"… acredita que eu fiz a mesma coisa?? kkkkkk.. que foooooda! :D
é dificil achar alguém que fez exatamente oq eu fiz!!! Que massa!! Me identifiquei total agora!! :D