Oi! Esse post foi inspirado por algumas conversas recentes. Ontem eu estava dando aula de piano para a Cris, que é iniciante, e ela começou a tocar uma música nova. Vou usar como exemplo essa situação porque fica mais fácil entender o que eu quero dizer.
Essa música tem o sinal de repetição D.C. (da capo) e o sinal de fine, que é onde termina a música após repetir do começo, podem olhar na foto acima. Eu podia ter falado pra ela “Olha, aqui no final tá escrito DC, da capo, você volta pro começo e toca até onde tá escrito fine.” Ela teria entendido? Sim. Mas ao invés disso eu conduzi de outra forma. Falei pra ela: “Você está vendo alguma coisa de diferente nessa partitura? Isso, tem o escrito. Mas e como termina a música? [porque tem uma barra dupla e não uma barra final, que é mais grossa e marca o fim da música] Olha como terminavam as músicas anteriores.” Aí ela olhou as outras partituras, comparou e percebeu o que tinha de diferente e eu expliquei sobre as barras de compasso, barras duplas e barras finais.
Falando assim parece uma coisa até besta de tão simples, né? Mas eu acho que a gente deve sempre instigar os alunos, conduzi-los até a resposta e não simplesmente dar a informação, assim, de bandeja. Quando o aluno se envolve com o que está sendo ensinado, de forma ativa e não passiva, o aprendizado é muito mais significativo.
A mesma coisa com crianças. Principalmente com crianças! As crianças são curiosas, elas adoram descobrir uma novidade! Às vezes pode ser algo muito complexo, por exemplo, descobrir que na música Minha canção, dos saltimbancos, cada verso começa com uma nota musical. (DOrme a cidade, REsta um coração, MIsterioso…) Isso pode levar um tempo e precisar de algumas dicas, mas elas descobrem, sim. Não precisa ser imediatista, querer resolver tudo em uma aula só. Pode-se construir um mistério e continuar com ele por várias aulas. Um amigo meu conduziu essa música nas aulas de musicalização gratuitas e, se não me falha a memória, demorou três aulas para as crianças descobrirem, algumas dicas e ele escreveu a letra na lousa. Mas elas descobriram e foi uma alegria geral!
Quando a gente chega e passa a informação pro aluno, é a famosa educação bancária do Paulo Freire, em que o professor “deposita” o conteúdo no aluno, partindo do pressuposto que o professor detem o conhecimento e o aluno não sabe nada. Eu sou adepta da educação progressista, centrada no aluno ao invés de centrada no professor. Então fica aí a minha reflexão e a minha sugestão de como conduzir o conhecimento.
Até a próxima!
Paty, adorei o post!
Eu também sou mais adepta a educação progressista. Eu acredito que a escola libertadora proposta por Paulo Freire, diminui as diferenças entre os alunos, enquanto aumenta a possibilidade de se tornarem mais ativos. Eu fico feliz de agora poder observar tanta teoria na prática.
Você é uma educadora para se inspirar! Beijão