Olá! Aconteceu nos dias 15, 16 e 17 o VI Encontro de Educação Musical da Unicamp! É a segunda vez que tenho a oportunidade de participar e estava empolgadíssima porque o encontro do ano passado foi muito marcante pra mim!

Pra começar, tive uma visita muito especial: o Vítor, da Ufscar! Ele é um dos muitos que tiraram dúvidas comigo sobre os vestibulares de música. Sim, ele é alguém que conheci graças a este humilde blog aqui! :D (alguns dos meus bixos também, volta e meia alguém me fala “você tem um blog, né?”) Então… o Vítor me vez companhia nesses três dias de encontro e virou meu fotógrafo oficial. A maioria das fotos aqui foi ele que tirou; os dois vídeos de tango também! Obrigada por compartilhar!

Outra pessoa muito especial que me fez companhia foi a Anna Layza, aluna do bacharelado em percussão, que me ensina a tocar pandeiro e eu estou pouco a pouco convencendo a se juntar à licenciatura! :) E os meus queridos bixos também: Bia, Cassiano, Matheus, Matheus, Jéssica, Daiane… Fico muito feliz por ter tanta gente do 1º ano participando!

Vítor, eu, Adriana e Anna. Pena que a foto embaçou :(

Claro, também queria agradecer a comissão organizadora porque sem eles o encontro não seria possível! Profª Drª Adriana Mendes, Gerson Abdala, Helena Souza, Isadore Pereira, Joseane Porfírio, Ronaldo Lima e Suelen Turíbio. Com o apoio de Adriano Caldas, Bruno Cabral, Cledivam Nascimento, Hugo Mariano, Robson Barbosa e Samuel Campos! Valeu, gente!

Ok, agora vamos ao diário mesmo…

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antes das 9:00

Primeiro dia… Precisavam arrumar as pastinhas com o livreto, folhas de papel, caneta e crachá. E os crachás não vieram furados! E o barbante precisava ser cortado! Então fizemos um mutirão pra ajudar nisso enquanto o credenciamento já acontecia :D

9:00 – Abertura e apresentação musical

Depois teve a abertura, com as palavras do Prof. Dr. Fernando Hashimoto, coordenador do curso de música, e da Profª. Drª. Adriana Mendes, coordenadora da licenciatura e meu modelo de professora! A abertura foi seguida por uma apresentação musical do duo de violão, flauta e voz Flor de Maracujá, composto por Ana Lis Marum e Esther Alves de Araujo! Elas tocam uma releitura de choros, músicas latino-americanas e canções brasileiras através de arranjos que unem a linguagem erudita e popular.

9:30 – Palestra: O Brasil no Forum Latinoamericano de Educação Musical (FLADEM)

Ainda não falei… O tema deste encontro foi A educação musical brasileira no contexto da América Latina: ampliando relações culturais. Desde o começo ficou claro o quanto muitas vezes nós olhamos o que acontece em países distantes, como na Europa, mas não prestamos atenção no que está acontecendo do nosso lado. Sinceramente: eu não fazia a menor ideia de como são nossos vizinhos no que se refere à educação musical.

Nessa mesa, com a profª drª Teca Alencar de Brito, descobri a própria existência do FLADEM. É uma instituição latinoamericana autônoma constituída por professores de músiva de todos os níveis de ensino, reunidos com o objetivo de incrementar o nível e consolidar a identidade da profissão dos educadores musicais dos países latinoamericanos.

Alguns dos objetivos são: promover a união e a solidariedade entre os países latinoamericanos por meio da música, elevar o nível da educação musical, influir para que a música ocupe lugar importante no sistema educativo dos países. Uma característica importante é a pedagogia musical aberta: não fica presa a modelos, elimina preconceitos e dogmatismos para aceitar outros modos de ensinar. Aceitação, compreensão e aproveitamento da diversidade estética, filosófica, pedagógica, ideológia e musical. Cada aluno é único, o professor precisa se preparar pra lidar com isso. Modelo artístico de educação musical: trabalhar a música com a música. Valorizar a criatividade.

Enfim, esses são os ideais do FLADEM. Ele, acima de tudo, conecta os países vizinhos.

10:30 – Mesa Redonda: a educação musical na América Latina

Foi uma mesa interessante sobre como é a educação musical e a interação entre os país latinoamericanos.

UNILA (Universidade Federal de Integração Latino-Americana): Tem alunos de vários países, com níveis musicais diferentes e experiências práticas também. Não existe diferença entre música erudita e popular. Ênfase em interpretação e pesquisa em música.

Já o Peru tem uma grande diversidade cultural e musical. Foi colocada a reflexão: educação musical é o que se aprende na escola ou também pode ser a música que se tem ao seu redor?

13:30 – Comunicações orais

Depois disso, fomos almoçar bem rapidinho pra voltar e ver as comunicações orais. Assim como ano passado, a tarde do primeiro dia foi inteira para apresentação de trabalhos, com 20 minutos cada. É uma enorme quantidade de informação!!! Como de costume, fiz as anotações no meu caderninho de eventos. (aquele rosa na foto de abertura do post; inclusive me reconheceram por causa do caderno, hehe!)

Acontecem 3 apresentações ao mesmo tempo, então é necessário escolher e ficar trocando de salas se preciso. Vou listar aqui os trabalhos que vi:

• A tecnologia que eu gosto: aplicação das tecnologias do dia a dia para a educação musical
• A formação tecnológica dos docentes em música nos cursos de licenciatura
• Perspectivas para a educação musical no ensino médio: apreciação de gêneros musicais
• Práticas sociais e processos educativos: aprendendo música nos pátios da escola
• Educação musical através do teclado: uma abordagem

15:30 – Apresentação artísticas

Pausa nas comunicações para a apresentação de um projeto artístico do Colégio Ave Maria, unindo música, dança e teatro! Foi muito bonito :D

Depois tivemos o coffee break e aproveitei pra ver o stand do Empório Musical e ficar mais pobre. Comprei um porta-lápis de piano pra substituir meu copo de matte leão que uso pra colocar os lápis.

16:30 – Comunicações orais

Voltando para ver mais trabalhos… Fico feliz vendo trabalhos de amigas minhas! :) Ano que vem certamente estarei apresentando o meu!

• Caderno de exercícios de percussão corporal: criação e avaliação de uma metodologia baseada na percussão corporal
• Educação musical e inclusão: um estudo de caso
• A escuta consciente e as imagens sonoras mentais como ferramentas para otimizar a performance dos estudantes de flauta transversal
• Projeto Alfabetização Harmoniosa
• Música na classe hospitalar: práticas musicais executadas por alunos hospitalizados
• Manual de brincadeiras – uma releitura para a aplicação das atividades na aula de música

19:30 – Exibição do documentário El Sistema

Depois das comunicações, fomos jantar rapidinho e voltamos para ver o documentário El Sistema, sobre o projeto fundado há 30 anos pelo maestro Jose Antonio Abreu. Achei interessantíssimo!!! Não fazia a menor ideia de que na Venezuela as crianças aprendem a tocar na orquestra desde cedo. Existem várias orquestras para crianças carentes e todas querem tocar! Um relato marcante é o da jovem que ia para o ensaio e foi baleada na perna. Ela disse que a dor na perna era menor do que a dor por não tocar. Acho até que depois vou escrever um post só sobre o El Sistema!

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9:00 – Oficina Mirabolâncias pelo Mundo

No segundo dia, começamos com uma oficina. Este ano tinha duas oficinas disponíveis, então dava pra fazer as duas, apenas alternando os dias. Eu escolhi a do Estêvão no primeiro dia. Já fiz uma oficina com ele no Curso da Abraorff, em janeiro. Meu desejo de ter mais aulas com esele se realizou! Algumas das coisas que ele fez eu já conhecia, mas é sempre legal relembrar. Inclusive tinha uma dança “pulando” canos que eu fiquei acanhada e não fiz lá no Orff e agora pude me redimir disso. Adorei! :D O Vítor foi todo empolgado tocar piano, a Anna foi tocar percussão, mas eu só tava a fim mesmo era de dançar. E no final comprei um livro da Palavra Cantada e ganhei um autógrafo! Yay!

Licenciatura Unicamp!! :D

14:00 – Conversa aberta – Projeto La voz de los niños

À tarde, logo depois do almoço, tivemos uma conversa com a profª Berenice Almeida sobre o projeto La voz de los niños. Esse projeto é um intercâmbio cultural entre os países, por meio de vídeos onde as crianças podem interagir. Elas mostram o que estão aprendendo e fazem perguntas para as crianças do outro país. É tudo muito espontâneo. Achei uma ideia super legal! Inclusive no final da conversa surgiu a ideia de fazermos um projeto semelhante com crianças dos vários estados brasileiros!

16:00 – Grupos de discussão

Depois disso, foi o momento dos grupos de discussão. Eram três opções: Práticas de professores de música na América do Sul, O método El Sistema como proposta de educação musical no Brasil e Música latino-americana na educaçã musical. Eu eacolhi o grupo sobre o El Sistema.

Confesso que tinha ficado deslumbrada vendo no documentário as crianças super empolgadas tocando na orquestra e nem passaram pela minha cabeça vários questionamentos. Por exemplo, a frustração, já que nem todos conseguirão entrar na orquestra “top”. A “pobreza” de um ensino musical baseado apenas em criar instrumentistas de orquestra, já que as crianças poderiam estar fazendo diversas outras atividades lúdicas e mais criativas. E, principalmente, é necessário importar um sistema de outro país com tantos educadores musicais aqui? Nós temos diversos projetos sociais também! Quais serão os interesses políticos por trás disso? Não seria mais importante estimular ouvintes de orquestra antes de criar músicos de orquestra? Coisas para refletir…

18:00 – Apresentação de vídeo Educação musical na província de Nova Scotia – Canadá

Fugindo “meio que totalmente” do tema do encontro, tivemos a apresentação do vídeo da banda Hai Kai sobre alguns colégios públicos no Canadá, super bem equipados e etc. Saí no meio pra jantar.

19:00 – Workshop: A cultura do tango na Argentina

A profª drª Natacha Muriel López Gallucci mostrou trechos de filmes argentinos antigos que mostram o tango. Depois teve um pouquinho de dança. Os vídeos ficaram cheios de chiado, mas vale ver porque é bonito!

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9:00 – Mesa redonda: produção cultural latinoamericana no contexto da educação musical contemporânea

Foi uma mesa com a profª drª Marisa Fonterrada, o prof ms Fernando Elias Llanas e o prof ms Gabriel Rezende como mediador.

A profª Marisa ofereceu opções de título para essa mesa: mosaico, patchwork ou colcha de retalhos. Esses nomes já dizem muita coisa! Ela mostrou várias gravações de músicas tradicionais. Por exemplo, música indígena com pulso bem marcado, percussão característica. Algumas gravações tinham ruído no fundo, mas isso também é um retrato da realidade. Descobri que a marimba é o instrumento pátrio da Guatemala!

O prof Fernando disse que a música é a trilha sonora da economia. Que devemos fazer um resgate da alma e nos aproximarmos mais da natureza. Anotei uma fala dele: “No dia em que as duas pernas de um futebolista valem mais do que a cabeça de um professor, alguma coisa deu errado no processo. E esse aluno passou pelo professor. Eu dei aula pra ele mas ele escolheu chutar e hoje as pernas dele valem mais do que a minha cabeça.”

12:00 – Grupos de discussão

Uma brevíssima apresentação do que foi discutido nos grupos do dia anterior, para quem estava em outro ter uma ideia.

14:00 – Oficina: Un viaje por el Peru

Oficina fantástica com a prof Lilia Romero! Aprendemos um pouco sobre o Peru e suas cantigas! Além disso, tivemos a oportunidade de tocar vários instrumentos!

Eu toquei flauta de pan (er, bem mais ou menos), cajon e cajita! Adorei! Só não toquei a queixada de burro, que é literalmente uma caveira de burro. Eu toco tambores com pele animal a contragosto (meu pandeiro é de nylon) mas isso é demais pra mim :| (eu sou vegana) De qualquer forma, reconheço que a queixada tem um som muito bonito, exótico. E me diverti bastante tocando as caixas! A Anna e o Vítor que imediatamente foram correndo tocar e isso foi o empurrãozinho que eu precisava… Obrigada de novo pela companhia! :)

17:00 – Coffee break e entrega de certificados

Peguei meu certificado e aproveitei, novamente, pra ficar mais pobre. Gente, eu não resisto. Tive que levar alguns instrumentos, é bom ter esses instrumentos pequenos pra carregar pra dar aula em colégio. E a kalimba é uma paixão que eu tenho, o som dela é tão doce! Se quiserem ver o site dos instrumentos, é este aqui.

18:00 – Encerramento

O encerramento é super divertido! Nada de discurso, o negócio é ação! Fizemos algumas atividades das oficinas, juntos. Foi muito legal :)

Pós encontro

Depois que o encontro terminou, ajudamos a arrumar algumas coisas, desmontamos mesas etc. E a Adriana me deu um certificado de participação da equipe de apoio!! Fiquei super feliz! Inclusive agora faço parte oficialmente da organização e, apesar de não ter tempo pra ir em todas as reuniões presenciais, ajudarei virtualmente com o site e outras coisinhas mais! Vou juntar as fotos, vídeos e relatos lá! É uma coisa bacana de se registrar e aumenta a interatividade :)