Oi, pessoal. Ontem aconteceu a paralisação dos trabalhadores da Unicamp e os estudantes do Instituto de Artes (IA) e IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas) paralisaram em apoio. O IA entrou em greve a partir de hoje e o IFCH entrará, como foi tirado em assembleias. Vou contar aqui um pouquinho sobre como estão sendo os últimos dias. Semana passada escrevi um post sobre o corte de 40 milhões, que motivou essas manifestações.
Gente a perder de vista na frente e atrás
O dia começou com um piquete na frente do IA, que fechou as portas do Instituto – sempre um ato muito controverso. Posteriormente CAIA (Centro Acadêmico do IA) publicou uma nota dizendo que não fechará as portas e que isso aconteceu porque era uma paralisação dos funcionários. Houve um café da manhã com conversa com os funcionários no IFCH e de lá saimos num ato-cortejo rumo à FEA (Faculdade de Engenharia de Alimentos), onde acontecia um evento em que o reitor comemorava os 50 anos dela.
Ficamos cantando com a bateria na porta do prédio até que abriram para que entrássemos. (Diálogo: “Nós estamos aqui em um evento comemorando os 50 anos” / “Tem um corte de 40 milhões, por que vocês estão comemorando?”) Quem conseguiu entrar subiu até a porta do salão nobre, onde novamente ficamos cantando que não tem arrego até abrirem a porta. (veja aqui o vídeo) Por fim permitiram que entrássemos para nos manifestar; quem coube entrou e quem não coube ficou de fora. Tinha muita gente, foi lindo, eu estava lá. Nunca vi um ato com tanta gente. (tem mais uns vídeos no final)
Demos o nosso recado às pessoas que ficaram fazendo carão, o reitor fingindo que nada estava acontecendo. Algumas pessoas pegaram o microfone para falar e, ao final, cobramos uma resposta do reitor. Ele se esquivou de todas as perguntas, se limitou a dizer que tudo será conversado no momento apropriado. (nunca é o momento apropriado) (veja o vídeo da resposta dele) A propósito, cantamos a nossa música de parabéns: “A Unicamp não tem concurso pra professor. O dinheiro pra isso o Estado cortou. É corte! É corte! É corte, é corte, é corte! Qua-ren-ta mi-lhões!”
Nosso ato-cortejo saiu da FEA e foi rumo ao bandejão para passar o recado lá. Entramos pela saída e retomamos o “chocada com o corte” da sexta passada, além de fazer um jogral para passar a informação.
À tarde o excelentíssimo secretário da educação de São Paulo (aquele que acha que educação não é direito básico) estaria presente num forum sobre a reorganização escolar, mas arregou diante da manifestação e não compareceu. Os secundaristas e o IA se manifestaram mesmo assim. Não estive presente nessa parte porque estava trabalhando, mas queria muito ter ido. Orgulho de quem me representou lá! Veja o vídeo com gritos de CADÊ O SECRETÁRIO?
Hoje, no primeiro dia de greve do IA, participei da oficina aberta de modelo vivo, parte da programação artística da greve, que foi sensacional. Fiquei muito feliz ❤ A programação artística também é importante (a gente é do Instituto de Artes, né) e a ideia é fazer essas atividades abertas para juntar galera de vários cursos. A gente não faz greve porque não quer ter aula (isso é assunto pra outro post, inclusive), tanto que sempre acontecem até aulas abertas de professores.
Depois disso aconteceu uma reunião da Música para redigir uma carta falando sobre os problemas do curso e o que nós estudantes gostaríamos que melhorasse. Tinha uma quantidade de alunos grande, que só é possível juntar por causa da greve, senão muita gente teria aula, ensaio, mil compromissos. Depois dessa reunião fui almoçar e saí pra dar aula. Estou participando o máximo possível dessa mobilização e vou seguir postando aqui, porque como um migo falou no twitter, quem tá de fora não fica sabendo o que acontece porque os jornais não explicam. (não dá pra confiar na mídia, né) (saiu uma reportagem no G1 sobre os atos de ontem, que não diz praticamente nada) (eu sou a mídia ninja da unicamp ❤)
PS: Olha esses salários, é tanto dinheiro que eu não consigo nem conceber. Dá pra comprar um carro por mês.
Vou postar alguns vídeos do ato ontem, embora morra de vergonha porque minha voz aparece muito aff D:
Até a próxima!